Os trintões do blink-182 ainda adoram falar bobagens e fazer gestos obscenos. Mas avisam que pararam de ‘’fazer merda’’ para virar uma banda séria.
Toda vez que lemos uma explicação do enorme sucesso do blink-182 entre os adolescentes, não dá outra: são caras que enriquecem porque se negaram a crescer. É verdade que a marca de Tom Delonge, Mark Hoppus e Travis Barker, todos na casa dos trintas anos, é a temática jovem das letras. Eles escrevam como se ainda tivessem 13, às vezes como moleques zoeiras. Mas de tempos pra cá eles têm falado de coisas punk, tipo suicídio e de como é duro sobreviver a um natal que mais parece dia das bruxas. Transformamos toda a energia que usávamos sendo ridículos em algo artístico’’, disse a capricho o vocalista tom delonge, pouco antes de entrar em ação em num show em Londres. Mas isso não quer dizer que os palavrões e as piadas vão sumir ‘’não conseguiríamos deixar de sermos nós mesmos’’
Toda vez que lemos uma explicação do enorme sucesso do blink-182 entre os adolescentes, não dá outra: são caras que enriquecem porque se negaram a crescer. É verdade que a marca de Tom Delonge, Mark Hoppus e Travis Barker, todos na casa dos trintas anos, é a temática jovem das letras. Eles escrevam como se ainda tivessem 13, às vezes como moleques zoeiras. Mas de tempos pra cá eles têm falado de coisas punk, tipo suicídio e de como é duro sobreviver a um natal que mais parece dia das bruxas. Transformamos toda a energia que usávamos sendo ridículos em algo artístico’’, disse a capricho o vocalista tom delonge, pouco antes de entrar em ação em num show em Londres. Mas isso não quer dizer que os palavrões e as piadas vão sumir ‘’não conseguiríamos deixar de sermos nós mesmos’’
Capricho: Em 12 anos, o blink ficou conhecido pelas letras escrachadas e o jeito irreverente. O último cd[blink-182, lançado em 2003] mostra uma banda abordando assuntos ‘’sérios’’ nas letras e mais preocupada com a musicalidade. Como foi a mudança?
Tom: Nós sabíamos que precisávamos ser uma banda melhor. O tempo que antes passávamos fazendo merda desta vez dedicamos a buscar novas sonoridades para o álbum, como transmissão da chegada do homem à lua [usada na música asthenia]. Em alguns casos chegamos a trabalhar em cima de pequenos trechos de músicas durante semanas, para deixar a textura mais rica. Transformamos a energia que usávamos sendo ridículos para sermos artistas. Funcionou! O álbum é o resultado de um trabalho duro, gravado num estúdio tranqüilo, numa casa. Ficamos concentrados na nossa ‘’obra prima’’ durante um ano, o que resultou num álbum um pouco mais sério.
Capricho: Essa mudança tem a ver com o amadurecimento pessoal de vocês, com família e filhos ? É o começo de uma nova fase para o blink 182?
Tom: definitivamente é uma nova etapa. Somos uma banda diferente agora. A maneira como compomos e tocamos as músicas ao vivo é diferente. Hoje em dia, tudo está sob o nosso controle. Essa é a grande mudança. Na época em que os dois primeiros álbuns estouraram [enema of the state, 1999, e take off your pants and jacket,2001], não tínhamos controle sobre como gostaríamos de ser vistos. Hoje temos alguém muito próximo à banda [estevan, que acompanha o grupo na gravação do DVD] que é responsável pelas fotos, arte, enfim, por toda a embalagem da banda, o que nos permite sermos nós mesmos realmente.
Capricho: Em algum momento vocês ficaram preocupados com a reação dos fãs a essa mudança ?
Tom:no meio das gravações paramos algumas vezes e nos perguntamos:’’o que a molecada vai achar disso?’’. Mas depois pensamos:’’’dane-se, isso é muito bom, nós gostamos!’’. É preciso ter confiança no que se faz, ‘’educar’’ as pessoas quanto ao seu trabalho. Quero lançar a tendência, seja qual for. Essa foi a nossa atitude. Vamos mostrar às pessoas o que nós podemos fazer no punk rock.
Capricho: Os fãs do blink sempre foram adolescentes, entre 14 e 18 anos, em renovação constante. Você acha que os fãs mais antigos cresceram com a banda e continuam gostando dela ou já desencanaram do blink?
Tom:Boa pergunta. Na minha opinião, acho que os adolescentes que nos acompanharam no começo da carreira acabaram deixando o blink um pouco pra trás, à medida que foram crescendo, e novos adolescentes apareceram. Mas este álbum vem mudando isso. Além dos fãs que conquistamos desde enema of the state, vimos os mais antigos voltando a curtir a banda, e, ainda, conquistamos novos admiradores. Imagino que quem gostava do que fazíamos no passado certamente se identificou com o novo blink-182.
Capricho: E ao vivo? O amadurecimento é refletido no palco? Ou as piadas, palavrões e gestos obscenos continuam?
Tom: Continuam, claro! Não conseguimos deixar de ser nós mesmos. A única diferença é que tocamos as músicas melhor, os arranjos são diferentes, temos um pouco de eletrônica e todo um espetáculo de painéis e luzes. É como ter um ‘’momento Pink floyd’’ e de repente parar tudo e soltar uma piada sobre a mãe de Mark.
Capricho: Recentemente, vocês tocaram para as tropas britânicas e norte-americana em bases militares no oriente - médio. Como foi a experiência?
Tom: Foi um dos momentos mais incríveis por que já passamos. Nos abriu os olhos sobre a vida desses jovens, dispostos a um sacrifício do qual eu nunca seria capaz. Com certeza nunca conseguirei entender o ponto de vista deles sobre a vida. Para nós foi simplesmente a satisfação de ver que eles estavam se divertindo.
Capricho: Depois de tantos anos se vendo todos os dias, como é o relacionamento entre vocês ?
Tom: Somos como irmãos. Então, há brigas, discussões, perdemos a cabeça e dizemos umas coisas uns pros outros. Mas em minutos caímos na real sobre o que construímos, nos abraçamos e fazemos piada de tudo.
Capricho: Tenho um amigo que gosta tanto do blink que reproduziu nas costas, em tamanho gigante, uma de suas tatoos e símbolos da banda, o coelho com uma cenoura...
Tom: Sério?! Incrível! Esse cara tem bom gosto. Foi a minha primeira tatoo, feita na cozinha de uma casa perto de San Diego. Hoje ela está escondida entre um monte de outras que fiz no braço. Esse cara é o máximo. Já vi muitos fãs que a copiaram, mas nada assim desse tamanho!
Capricho: E por falar em fãs loucos, como é seu relacionamento com eles?
Tom: As histórias são muitas. Já tivemos fãs que tentaram nos algemar a eles. Hoje, por exemplo, ganhei uma garrafa de champanhe caríssimo de uma menina com um bilhete dizendo:’’i wanna fuck you...’’(claro, e mais algumas...). Gostaria de dizer a ela que com a garrafa não. Pois quero bebê-la.
Capricho: O blink tem um público enorme no brasil. Algumas chances de os vermos tocando no país em breve?
Tom: Com certeza. O Brasil estará incluído na nossa turnê pela América do sul, que deve rolar no 2º semestre de 2005. É uma promessa, anote!
____________________
Nenhum comentário:
Postar um comentário