quarta-feira, 30 de junho de 2010

Diane Gershuny entrevista Mark Hoppus e Mike Dirnt


The Mark & Mike Show

A turnê Pop Disaster, em 2002, foi um dos encontros mais esperados no pop punk. Juntando duas das bandas punk que mais fizeram sucesso na história: Green Day com seu colega de classe Blink 182. A turnê foi de tudo, menos desastre. Shows marcados, então foi só pegar a estrada. Perto de 50 cidades pelos EUA já estavam aguardando os shows destas bandas. Nesta turnê também estiveram presentes as bandas Jimmy Eat World e Saves The Day. Nós cercamos a dupla de baixistas Mark Hoppus[Blink 182] e Mike Dirnt[Green Day] para um papo nos bastidores de um show. Confira a entrevista:


Fender: Por que escolheram o baixo?

Mark Hoppus: Quando eu tinha 15 anos, comecei a conhecer as bandas The Descendents e The Cure. Eu cresci numa pequena cidade chamada Ridgefest com 16.000 habitantes. Costumávamos ir até San Bernardino, a grande cidade, que ficava a umas duas horas de carro. Na época escutava Bad Relligion, Pennywise e nessa cidade, em algum lugar eu vi um pôster com The Descendents e NOFX e muitas fotos. Lembro que o baixista segurava um baixo da Fender®. Então fiquei muito impressionado. Aí fui até uma loja e comecei a brincar com o baixo. Nunca tive vontade de tocar guitarra. Sempre quis tocar baixo. Curto muito o som do baixo. Sempre me prendi a este instrumento. Adoro seu som, o modo como faz estremecer a casa. Amo tocá-lo.

Mike Dirnt: Eu e o Billie Joe tocávamos com um cara, o nosso grande amigo Sean. Eu tocava guitarra, quando Sean teve de ir ao dentista, aí eu peguei o baixo e gostei. Tinha 13 anos na época. Depois consegui um emprego e guardei dinheiro pra comprar um baixo. Comprei um Peavey Patriot

Fender: Sobre o The Cure. Há algum som do baixo que tenha marcado ou influenciado?

Mark Hoppus: "Killing An Arab"......eles escreveram muitas musicas legais

Mike Dirnt: Quando eu era realmente jovem, não havia nehuma loja de discos em minha cidade. Essa cidade era muito pequena mesmo, só me restava ouvir o rádio. E todas aquelas melodias iam e saíam da cabeça. Nunca gostei de copiar o som de ninguém. Com o tempo fui percebendo isso. Foi quando nós terminamos Kerplunk. É meu jeito de manter uma coisa original, sem copiar músicas de outras bandas.

Mark Hoppus: Que tal Beatles "8 days on a week"!!

Fender: Sobre compor e escrever músicas. Comentem como é esse trabalho;

Mark Hoppus: Na nossa banda, de certa forma eu toco o baixo como uma guitarra rítmica, como Mike estava falando a pouco. Faço apenas o ritmo e toco de maneira simples. Não faço muita coisa com o baixo, pois provavelmente eu acabaria errando. Se hovesse outra guitarra rítmica, eu acabaria quase como sem função na banda. Nunca toquei em bandas com duas guitarras. Então, meu baixo é tocado de forma simples, soando como se fosse uma guitarra rítmica.

Mike Dirnt: Sempre procuro meu lugar certo, mesmo sendo apenas uma nota, uma coisa que seja simples, mas contagiosa. Que seja tão contagiosa quanto os grandes solos. Posso sacá-lo em casa mesmo, não gosto de compor no estúdio. Billie escreve muitas músicas e ele sempre fala que penso diferente dele usando meu baixo. Um bom exemplo é Hitchin a ride [Nimrod]. Billie escreveu a música mas faltava algo. Aí eu disse "Espere que achei!"... Então fizemos a música e ela ficou como está hoje.

Mark Hoppus: Nosso jeito de compor e escrever músicas é muito democrático. Todos vem com diferentes idéias e partes de músicas. Aí apresentamos e fazemos algo do tipo..."Essa música dá e essa não..., que tal essa parte..." Travis é muito bom para indicar o que irá dar certo em uma música ou não e quando precisamos parar e analisar. Se há algo em questão nós apelamos para o voto.

Fender: Quanto ao Blink 182, como fazem para uma música fazer sucesso?

Mark Hoppus: Eu penso diferente de Mike, que acha que as melhores músicas são as que levam mais tempo para serem compostas. Com o Blink 182 é diferente. Para mim, nossas melhores músicas são as que foram compostas mais rápidas e fáceis. Com a música Dammit, que nos tomou alguns dez minutos para terminá-la. É como disse Jack Kerouac: "Primeira idéia, melhor idéia". Então evitamos de mexer muito em uma música, tentamos mantê-la simples. Então se der certo deu, se não, não.

Mike Dirnt: Há, com certeza muito disso. Às vezes você escreve uma música e apenas diz: "É isso aí. Está pronta!"

Fender: Quando um som não tem a cara da banda, vocês o excluem?

Mark Hoppus: Não escrevo músicas sob a pressão das pessoas que esperam um som com a cara do Blink 182. Fazer música conforme todos gostam é uma má idéia. Não nos preocupamos muito com o que as pessoas vão pensar. Só nos preocupamos em fazer música pra quem quiser ouví-la.

Mike Dirnt: Já até escrevemos músicas que se parecem com surf music ou coisas do gênero. Time Of Your Life é uma das músicas que falo. Foi assim: "Pronto, a terminamos. O que fazer com ela? Vai que dá certo." Digamos que é nosso lado-B.

Fender: E seus baixos?

Mark Hoppus: Este baixo que está comigo, foi Alex Perez [Responsável Relação Artista/ Fender] quem preparou para mim. Tem o corpo de um Jazz Bass, com o braço de um P Bass. Tem um botão de volume, só que até hoje não uso. Eu só queria um interruptor.

Mike Dirnt: Tenho quatro baixos que uso no palco e dois que são meus favoritos. Este aqui se chama Stella. É só colocá-lo em qualquer amplificador e mandar ver. Adoro este baixo. Faz mais ou menos 5 anos que o comprei.

Fender: Mark, seu modelo de baixo estará as vendas no verão. Fale mais sobre:

Mark Hoppus: Estávamos no estúdio gravando o Enema Of The State e eu gravei muitas músicas usando um baixo Ernie Ball MusicMan. Só que eu não estava gostando daquele baixo. Ele tinha um som até que bom, só que era um pouco grosso e pesado o som. Eu precisava de algo mais limpo e claro de se ouvir. Falei então com Alex Perez perguntando sobre um Jazz Bass...só ficou um pouco esquisito. Então comprei um P Bass e gostei do som. Então gravamos algumas músicas do Enema Of The State usando este baixo.

Então quando estávamos trabalhando no Take Off Your Pants And Jacket, falei com Alex e comecei a gostar do som do Jazz bass, só queria usar também o braço de um P Bass. Aí resolvemos juntá-los e deu no que deu. Este baixo rosa que estou nas mãos.

Fender: E está disponível na cor rosa, sua cor favorita? É?
Mark Hoppus: Claro...[Risos]. Apesar de muitos baixistas não se sentirem bem na frente do público tocando um baixo de cor rosa pink.

Fender: Qual sua música favorita? Seu orgulho?
Mark Hoppus: Para mim é o começo da música "Carousel", que foi a primeira música que eu e o Tom fizemos juntos. Apesar que faz dez anos que fizemos a música, mas foi uma das melhores composições que já fiz para o baixo.

Mike Dirnt: Longview. Eu tocava muito jazz naquela época. É ótima. Era de certa forma muito bagunçada.

Fender: Alguns ídolos baixistas?

Mark Hoppus: Na verdade não tenho algum ídolo em especial...Gostava muito do The Descendents e do Tony Lombardo...

Mike Dirnt: Um grande amigo meu chamado Pete Rypins tocava na banda Crimpshrine. Ele ainda é o melhor baixista de rock and roll que já vi. Ele me ensinou tudo o que eu sei. E eles ainda são uma das minhas bandas favoritas. Cliff Burton eu também achava ótimo. Até mesmo Michael Anthony era bom. Além dele também quero citar Greg Norton do Husker Du e Tommy Stinson [Replacements].

Fender: Como vocês lidam com a fama e sucesso?

Mark Hoppus: Acho que o Green Day já falou e educou muitas bandas sobre o sucesso. Quando tudo começa, jovens gostam, quando você assina com uma grande gravadora, tem um clipe na TV ou música no rádio, tudo é muito espantoso no começo. Mas, acho que bandas como Green Day, que tocam o Punk Rock e abrem as portas para uma maior audiência deste estilo de música. Abre as portas para as pessoas que desejam ver o que o Punk Rock tem para oferecer. Como resultado, os jovens estão mais inteligentes quanto a música. Não é pela gravadora ou pelos clipes da banda. É pela banda por si própria, se as músicas são boas, qual sua mensagem, se são verdadeiros com seus fãs e com seus próprios ideais. Há bandas punk que acham que não tem grande potencial só por não estarem em uma grande gravadora ou não possuírem vídeos na MTV.

Fender: Então o Green Day abriu as portas para bandas como Blink 182?

Mark Hoppus: Com absoluta certeza!

Mike Dirnt: Respeito o fato de as pessoas acharam algo para acreditar. A cena da música um tanto quanto clandestina. Gosto de culpar Kurt Cobain por isto. Mas com os anos as coisas mudam extremamente. Você pode olhar pela rua uma garota de cabelo verde e isso é normal nos dias de hoje, não como antigamente. Mal posso esperar pra ver o que irá acontecer daqui a alguns anos.

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Entrevista traduzida por anônimo.

Entrevista com Skye Hoppus

De estrela do rock para pai do rock

Mark nunca tinha realmente segurando um bebê até o nosso filho nascer, então para ser honesta, ele estava um pouco nervoso. Eu lembro do Mark dizendo “Eu não sei como segurá-lo. Eu não sei se estou fazendo a coisa certa”. Mas com o Mark foi coisa de segundos quando nosso filho nasceu.
É uma daquelas coisas que você sabe como um pai, é difícil de explicar para as pessoas que não tem filhos. Mas o Mark sempre foi um incrível, maravilhoso e presente pai, mesmo quando está em turnê.

Nós temos como grande prioridade na nossa família estar juntos o máximo que pudermos, mesmo que nós não temos um “estilo de vida convencional”. Então isso significa que se nós pegamos um avião para ver o Mark por algumas semanas, nós podemos tentar nos reunir como uma família.

É o que fazemos. Nós fazemos sacrifícios; você toma decisões para colocar sua família em primeiro lugar. E está sempre foi nossa mentalidade. Mark sempre esteve presente, até mesmo durante a gravidez. Ele estava em turnê durante a primeira parte da minha gravidez, mas ele fazia questão que no final ele estivesse lá e envolvido como qualquer outro pai “regular” faria.

Eu acho muito importante para as crianças ver esta inspiração e tê-la de seus pais. Algumas crianças não têm isso e eu acho que é muito importante ter uma família forte e unida. Mesmo que, como eu disse, nós não temos um estilo de vida convencional que os nossos vizinhos tem, ainda assim nossa prioridade é estarmos juntos sempre que possível.

Estar ao redor do mundo:

Quando o Mark vai às turnês na Europa, Jack e eu normalmente vamos e ficamos em uma cidade, como Londres, por um mês, enquanto Mark viaja para a Alemanha, França e Itália, e nos seus dias de folga ele volta para Londres. As vezes mudamos nossa casa para um pouco mais perto do Mark.

Agora que o Jack está na escola, está amando a escola e não quer ficar tanto tempo ser ir para lá. O que eu acho que é bom, é um sinal de que TUDO BEM ficar longe do pai e da mãe por pouco tempo. Quando isso acontece, eu estou sempre lá. Nós temos um sistema de apoio muito bom dos pais do Mark e dos meus pais, então Jack nunca sente falta deste tipo de atenção.

Nesta ultima turnê de verão, felizmente nós estávamos em turnê no final do verão. Jack e eu fomos para Chicago e ficamos no ônibus por algumas semanas e voltamos pra casa, para que Jack pudesse ter algo um pouco mais “normal”.

Eu acho que você faz sua casa onde seus pais estão, e onde sua família está. Não importa realmente onde está a sua casa física, mas sim estar junto da sua família.

Assistindo ao Jack crescer:

Sabe, o Jack é um tipo interessante de criança, porque ele está tímido agora. O que realmente não somos, eu e meu marido. Eu quero dizer que meu marido é, sabe, bom coração, você sabe quando ele entra na sala. E eu sou um pouco mais extrovertida do que a maioria. Mas o Jack é um garoto um pouco quieto.

A Revista Baby Couture realizou uma votação para os 50 pais mais "gostosos e estilosos" do mundo. Vocês votaram, e Mark ficou entre os 50, de 110 concorrentes!! Todos nós sabemos que ele é um grande pai, mas vamos ver o que o pessoal da revista disse:

"MARK HOPPUS: Muitos meninos e meninas desejam ser estrelas do rock quando crescerem. Mark Hoppus, 35 anos, do Blink182 está vivendo este sonho. Em 1992, ele tocava baixo para uma das bandas mais populares de punk rock. Mas quem disse que você não pode ter uma família feliz e ser um rockeiro ao mesmo tempo? Desde 2000, Mark e a esposa Skye, são casados e felizes, criando seu filho Jack, de 5 anos, na ensolarada California."

Entrevista traduzida por anônimo.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

O site Entertainment Weekly entrevista Tom Delonge - fev 2010


Tom deixa escapar algumas surpresas sobre seu mais ambicioso protejo – LOVE. A entrevista é longa e ao mesmo tempo muito esclarecedora. Tom responde as perguntas que mais atormenta seus fãs, tanto do Angels & Airwaves quanto do Blink-182.
Tom DeLonge é um cara extremamente ocupado. Ontem à noite, o cantor e guitarrista finalizou a sequência completa de LOVE, o álbum que sua segunda banda Angels & Airwaves vai lançar de graça ainda essa semana. Como um presente de “dias dos namorados” aos fãs. Esta manhã ele se reuniu também com sua outra banda, Blink-182, que após sofrer uma separação de quatro anos, voltaram a tocar juntos. Tom, Mark, e Travis conversaram sobre seus planos para o novo álbum do blink-182. Depois disso, ele correu para se encontrar com alguns parceiros para negociar o lançamento de LOVE nos cinemas. Tom DeLonge também tem planos para “revolucionar a indústria da música” via Modlife. O Music Mix conversou com o DeLonge por telefone, e descobrimos algumas das suas programações e planos para esse ano.

Como você se sente com o novo álbum do Angels & Airwaves?

Eu considero isso, nesse momento, o auge da minha vida. Não há nada que eu tenha feito um maior esforço, em um maior tempo, e de mais coração do que este álbum. Foi um tempo muito longo desde que a minha banda tentou negociar esse novo álbum. Artisticamente, acho que este ultrapassou muitas coisas que eu já vi nessa vida. Então, eu estou apenas discretamente antecipando o lançamento do até então, meu maior trabalho.

O que LOVE tem diferente dos dois outros álbuns do AVA?

Nós já sabíamos que a musica estava indo para a trilha sonora do filme, então tivemos de compor as musicas em diversos movimentos. Quando você ouvir nosso álbum irá sentir uma serie de efeitos que nunca usamos antes.

O álbum pode ser apreciado independente do filme?

Claro! Eu sempre produzo meus álbuns para os mesmos serem acessíveis a todos. O que nós realmente queremos é uma música que pegue nossos fãs de surpresa e lhe façam sentir calafrios de cima pra baixo. Esse tipo de reações nas pessoas são o que nós sempre tentamos criar em nossas músicas. E acho que estamos fazendo isso muito bem.

Sobre o que aborda LOVE – O filme?

Inicia-se com uma guerra civil e você vai viajar através do tempo e do espaço. Há várias historias diferentes em um único filme. A principal delas é sobre um rapaz que é enviado até a estação espacial internacional, e ele fica abandonado no universo. Algum tempo depois ele vê a terra desmoronando, e assim ele acaba se tornando o ultimo ser humano vivo. E então, décadas depois, ele acorda um dia e não há mais nada a sua volta. O filme é chamado de LOVE simplesmente pelo fato que “Love” é um símbolo – quando você escrevê-lo irá notar umas linhas em formas geométricas que tem uma forte ligação de energia com o protagonista do filme.

Há quanto tempo você planejava em fazer um filme?

Bem, nos quisemos fazer isso uns anos atrás, quando começamos a banda, mas não sabíamos que iria ser exatamente desse jeito. Nos começamos este filme, na verdade, como diversão. Mas o que aconteceu foi que o filme excedeu nossas expectativas, por isso decidimos sentar e reinvestir nele com uma meta muito mais ambiciosa que antes. E nos somos completamente independentes. Literalmente. Nossa banda está fazendo todas as músicas e vídeos do filme e do álbum. Apenas nos quatro e algumas pessoas extra na produção acreditam no nosso potencial. Eu nunca dei tanto ao máximo de mim como estou dando nesse projeto. Não só monetariamente, mas espiritualmente, com meu coração. Graças a Deus e a minha família que sempre me apoiou ao longo deste caminho.

Você atua no filme?

Não, não. Esse é o primeiro equivoco. A maioria das pessoas assume que eu estou no cinema ou algo assim. Não, a banda na está no filme. Há atores reais. Temos todas essas pessoas que vieram porque amavam a idéia de que uma banda estava tentando fazer um filme. Nosso editor é o Oliver Stone, e o nosso engenheiro de som é Darren Aronofsky. Todos os efeitos especiais são feitos por um cara que fez O Senhor dos Anéis e Star Wars. Portanto, temos pessoas incríveis ao nosso lado. Trabalhando duro para o filme acontecer da forma mais incrível possível. E mais uma vez – não, eu não estou atuando nele, porque isso provavelmente iria arruinar o filme facilmente nos primeiros cinco minutos.

Você pretende lançar o filme no cinema?

Com certeza. Até que ponto nós não sabemos ainda. Nós não estamos querendo competir com Avatar, mas acho que este vai ser um filme incrível. O filme passa uma mensagem incrível, e ao mesmo tempo ele tem essa ficção cientifica. O que eu acho que irá agradar pessoas de diferentes gostos. O filme irá abrir muitas portas, as pessoas vão ver que as bandas são capazes de fazer mais, só precisam tentar.

Voltando ao álbum, como você pretende lançá-lo de graça?

Planejamos esse lançamento gratuito à muito tempo atrás. LOVE sempre fez parte dos nossos planos. Nos sempre soubemos que a nossa banda iria crescer imensamente por ter um álbum gratuito. A minha empresa criou uma plataforma chamada Modlife, este pré-site é destinado aos artistas e seus fãs. O modlife nos permite fazer uma espécie de “pay-per-view” e também nos permite vender filmes, músicas, e uma serie de coisas. Nós estamos tentando ser um pouco inovador. E ao mesmo tempo, aprendemos com o Radiohead a fazer um modelo em que os fãs decidem o quanto eles podem contribuir. Eles fizeram algo grande, que era muito arriscado e diferente, e nós estamos apenas tentando tornar isso mais conhecido.

Quanto você gastou para fazer este álbum?

Bem, o Modlife é algo novo. Ele nunca existiu na música até então. E foi isso que financiou nosso filme – um milhão e meio, dois milhões de dólares. Não importa, faremos tudo que for possível. O álbum em si, Deus, estamos em mais de meio milhão de dólares apenas com a gravação. A maneira em que receberemos nosso dinheiro de volta não vai ser através da venda dos discos. Irá ser mais ou menos assim – Se uma noite de quinta-feira você pretende deitar na cama com sua namorada ao som de Angels & Airwaves ao vivo em Londres, você vai ter qie vê-lo no nosso modlife. Quando o filme sair, você poderá ir no nosso modlife comprá-lo ou alugá-lo. Ou se você quiser bilhetes antecipadamente, você também terá que ir no modlife. Mas, para tudo isso será preciso você se tornar membro do site.

E a quanto anda o Blink-182 esses dias?

Estamos muito bem. Estamos agora planejando como iremos começar o álbum e como será os próximos 24 meses da banda. Eu acabei de deixar a reunião cerca de 20 minutos atrás. Nós estamos começando o caminho da nossa banda

Vocês já estão em estúdio, ou ainda estão na fase de planos para o álbum?

Está é a fase de planejar. Quer dizer, nos começamos a gravar cerca de um ano atrás, quando voltamos. Temos algumas coisas já prontas, ou quase prontas no nosso trabalho, mas iremos trabalhar no próximo álbum do blink formalmente em breve.

Quando você acha que nós iremos ter um novo álbum do Blink-182?

Isso vai acontecer, provavelmente, daqui à um ano.

Como tem sido trabalhar com seus velhos amigos? Qual a diferença entre trabalhar com eles hoje em comparação a antigamente?

Eles são extremamente talentosos. E trabalhar com eles é sempre muito divertido. Nós todos somos tão diferentes se tratando de gosto musical e é realmente interessante ver a mistura de tudo isso. Acho que a coisa mais diferente nessa nova fase, é ver como todos nos estamos ocupados. Todo mundo possui sua empresa, e todos tem projetos paralelos ao blink.

Você já pensou sobre o que você quer no blink nesse ano e no próximo?

É muito cedo para dizer. Para ser honesto, eu prefiro falar sobre Angels & Airwaves agora, até que tenha algo mais a oferecer sobre o blink.

Certo. Você vai fazer uma turnê com este álbum do AVA?

Sim, nos vamos anunciar as datas dos shows nas próximas duas semanas. Estamos realmente animados sobre isso.

Vocês estão filmando algum clipe do AvA além do filme?

Nós teremos o nosso melhor vídeo clipe. O single será “Hallucination”. Nós saímos e o gravamos apenas com os membros da banda e mais dois amigos com nossas câmeras de mão, sem iluminação. Enquanto 3 pessoas estavam empurrando um carro em ponto morto, uma pessoa estava sentada no banco de trás com sua câmera fora da janela e eu estava falando. Vai parecer que tivemos uma produção grandiosa, mas ao final do dia nós provavelmente gastamos poucos milhares de dólares. O vídeo se resume a, mais uma vez, se você tem grandes pessoas e algumas ferramentas, você não precisa gastar tanto dinheiro. Nós apenas saímos e fizemos isso como quando andávamos de skate quando éramos adolescentes. Nós estamos rindo e suando enquanto estávamos empurando os carros, tentando fazer essa merda parecer legal. Foi muito divertido e tão anti-rock star. Está lindo, absolutamente lindo.

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Entrevista traduzida pela equipe action182 - via http://www.action182.com

Kerrang Magazine entrevista Blink 182 - jun 2010


“É como se os últimos cinco anos nunca tivessem acontecido…”

“Após um hiato de quatro anos, os reis do pop punk, blink-182, chocaram o mundo quando anunciaram a reunião. Mas como como o trio fechou a fenda entre eles? Mark Hoppus e Tom Delonge abrem o jogo…”

Na manhã do dia 20 de setembro de 2008, Mark Hoppus acordou com a ligação de um amigo próximo. Esse amigo queria saber se Mark estava bem e se havia alguma coisa em que ele poderia ajudar. Confuso, Mark perguntou sobre o que ele estava falando.

“Meu Deus,” disse a voz do outro lado da linha, “você não sabe. Você tem que ver as notícias, Mark.” Quando fez isso, Mark gelou. Rolando pela tela da televisão estava a notícia de que seu amigo e companheiro de banda Travis Barker estava no hospital, gravemente ferido, após o acidente com o Learjet na Carolina do Sul que matou quatro. A vida do baterista ficou por um fio.

“Foi horrível, terrível,” disse Mark, relembrando aquela manhã trágica. “Não há palavras para descrever o que eu senti. Foi tão… horroroso.”

No meio da tarde, Mark estava em um avião indo para Augusta, Georgia. Naquela mesma noite ele sentou ao lado da cama de Travis, ainda em choque, ainda horrorizado com a situação.

De volta a San Diego, preparando sua banda Angels & Airwaves para uma turnê de cinco semanas pelos EUA com o Weezer, Tom Delonge “se apavorou” quando ouviu a notícia. Quando os meios de comunicação solicitaram um uma confirmação sobre a tragédia, Tom derramou seus sentimentos em uma carta ao antigo colega, deixando-o saber que estava pensando nele e rezando por ele. Depois de receber a carta, Travis chamou seu antigo amigo do hospital e os dois conversaram por um tempo. Alguns dias depois, Mark e Tom conversaram também, pela primeira vez em quase quatro anos. E enquanto isso, as feridas de Travis começavam a se curar aos poucos na cama do hospital, assim como as amarga divisão entre os três, que juntos marcaram a trilha sonora da adolescência de uma geração com o blink-182.

Quando o Blink-182 anunciou a decisão de entrar em um hiato indefinido em 22 de fevereiro de 2005, eles eram uma das bandas de pop punk de maior sucesso no mundo, tendo vendido em torno de 25 milhões de álbuns durante a carreira. Apesar do uso da palavra “hiato” e o modo que foi anunciado pela banda insinuarem a possibilidade de colaborações futuras, –“Após um hiato de quatro anos, os reis do pop punk, blink-182, chocaram o mundo quando anunciaram a reunião. Mas como como o trio fechou a fenda entre eles? Mark Hoppus e Tom Delonge abrem o jogo…” – eram poucos os que realmente acreditaram que não se tratava de uma separação definitiva: afinal de contas, os ídolos do post-hardcore At The Drive-In e Fugazi anunciaram o hiato em 2001 e 2002 respectivamente, e nenhuma delas mostrou alguma chance de voltar aos palcos.

Inicialmente, o Blink colocou abaixo a possibilidade que a separação significava uma cisma em sua longa amizade – “Eu amo esses caras, eles são meus irmãos,” Travis contou à KROQ após a separação. “Eu gostaria de esclarecer os boatos que nós nos odiamos. Isso não é verdade. Nós queremos nos divertir e depois nos reunir e escrever um novo álbum quando for a hora certa.” Mas as rachaduras logo começaram a aparecer quando chegou a hora de promover seus novos projetos, Angels & Airwaves de Tom e o +44 de Mark e Travis.

Em sua primeira grande entrevista após o Blink, Tom prometeu que em dois anos, o Angels & Airwaves seria a maior banda de rock do mundo”, e disse sobre seus antigos amigos “quando o dinheiro e a fama entraram na equação, e nós estávamos envelhecendo e tivemos filhos, acho que nós amadurecemos separadamente.” Mark respondeu dizendo, “sua natureza egoísta está destruindo tudo o que nós três, nossa equipe e todos que trabalharam com a gente trabalhamos tanto para fazer.” As esperanças de uma reunião do Blink pareciam ficar cada vez mais distantes com cada entrevista posterior.

“Será que eu ao menos previa o dia que nós iríamos nos reunir?” imagina Tom hoje, através de um telefonema enquanto o ônibus do Angels & Airwaves vai em direção a Las Vegas para o antepenúltimo show da turnê americana. “Na minha mente eu não via isso com realidade, não. Mas eu descobri que estive errado na minha vida algumas vezes com coisas que eu fico muito sentimental.”

Respondendo à mesma pergunta em casa, alguns dias depois, Mark é um pouco mais ambíguo.

“Eu nunca realmente soube,” ele admite, “pois no fim das contas, não foi minha a decisão de colocar um fim no Blink-182. E as pessoas sempre me perguntavam se o Blink iria voltar a tocar novamente, e minha resposta honesta era de que, na verdade, eu podia nos ver separados para sempre, ou voltando no dia seguinte. Isso precisava apenas dos três juntos no mesmo lugar e na mesma hora.”

“Mesmo antes do acidente do Travis, eu acho que todos nós tínhamos consciência de que nós batalhamos por todos os problemas que tivemos antes e, não só pensando sobre a banda, acho que estávamos num ponto onde queríamos colocar toda a energia negativa para trás e ao menos nos reconectar como amigos,” Mark acrescenta. “E obviamente após o acidente, nenhum dos argumentos ou sentimentos ruins de cada um foi exposto.” “Ninguém ligava sobre nenhuma outra merda que havia acontecido,” Tom concorda, “Nós só queríamos que o Travis melhorasse.”

No contexto do acidente do Travis, a primeira conversa entre Mark e Tom foi estranha. Os dois ficaram duas horas falando no telefone sobre os velhos tempos e o que transpareceu em suas vidas desde a separação.

“Apesar de todo rancor e entrevistas que um falava mal do outro, foi uma boa conversa.” Disse Mark.

Foi combinado do trio se encontrar no estúdio de Mark e Travis em 2008. Enquanto os ânimos se acalmavam, amigavelmente, nenhum deles queria tocar no assunto da banda inicialmente. Foi então que Tom, finalmente, abordou o assunto.

“Ele disse, ‘Bom, como vocês se sentiriam com a possibilidade de voltarmos a tocar juntos?’”, relembra Mark, “E eu disse que nós definitivamente deveríamos voltar com o Blink e fazer o que fazíamos desde o primeiro dia. Acho que todos tinham aquilo no coração e nós partimos dali.”

Rumores de uma possível reunião do Blink começaram a circular na internet assim que o trio anunciou em entrevistas que voltaram a se falar. Em novembro de 2008, a Kerrang! afirmou confidentemente que o trio estaria de volta como o Blink-182 novamente, e no dia 8 de fevereiro a notícia foi oficial, direto de Los Angeles. No Grammy Awards Travis anunciou “Nós costumávamos tocar música juntos, e nós vamos tocar música juntos novamente.” Na verdade, a banda já estava tocando junta novamente, colocando as idéias para funcionar no estúdio, para novas músicas do sexto álbum do Blink-182. De acordo com Mark e Tom, as sessões foram naturais e soaram muito bem – “Incrível” é a palavra que Tom usa, na verdade – mas o trio deu uma parada nas sessões no início da primavera, antes que qualquer música fosse escrita completamente.

“Fazia muito tempo que não tocávamos juntos, e nós não queríamos soar como três caras tocando individualmente,” explicou Mark, “nós queríamos soar e nos sentir como um grupo de novo.”

Uma turnê de verão com bandas como Fall Out Boy, The All-American Rejects, Panic! At The Disco and Taking Back Sunday foi uma oportunidade perfeita para o trio se ligar ainda mais, e enquanto as amizades eram restauradas, também serviu para confirmar o quanto essa banda significou para uma geração de fãs.

“O fato da banda ter ficado maior enquanto estávamos separados fundiu minha mente,” disse Tom humildemente, aumentando o tom e volume da voz. “Nossa, nós fizemos shows com 40,000 e 50,000 pessoas em algumas cidades, o que é insano. Saber que a banda ainda é apoiada dessa forma só fortaleceu nossas ambições.”

O trabalho no novo álbum de estúdio começa com garantia esta semana, nos estúdios da banda em Los Angeles e San Diego. Após a morte do produtor de longa data da banda, Jerry Finn em agosto de 2008, Mark diz que a banda irá auto-produzir o álbum, apesar da opção de trazer ajuda de fora permaneça aberta. Quando foi pedido para descrever os esboços iniciais das músicas, Tom usa as palavras “rápido”, “grandioso” e “totalmente futurista”, e Tom e Mark insistem que o tempo que passaram separados apenas reforçou suas capacidades

“Nós não vamos voltar a 1993, mas vamos tocar com o espírito e energia que as pessoas esperam do Blink-182,” disse Tom, “mas o leque de coisas que podemos fazer é muito mais extenso. Mark fez muita música com pessoas diferentes nos últimos anos, Travis sempre será o melhor baterista do planeta e eu gosto de pensar que os três álbuns do Angels & Airwaves me mostraram que minha capacidade de compor se desenvolveu também. Então agora nós sentimos que podemos fazer qualquer coisa. As pessoas vão amar o álbum.”

Antes do álbum aparecer, porém, há alguns shows principais do Blink-182 no Reading and Leeds festivals e datas na Escócia e Irlanda. Quando olham o panorama, Mark e Tom não poderiam estar mais animados.

“O fato do Travis ter que literalmente pegar um ônibus por quatro dias e depois viajar por uma semana em um navio para chegar até vocês mostra nossa dedicação e o quanto estamos animados,” comentou Mark.

“Não acredito que seremos uma das bandas principais do Reading and Leeds,” Tom riu. “É uma honra enorme. Eu demorei tanto formando o Angels & Airwaves que não está na minha cabeça que eu estou em uma banda gigante, então é bem louco. Eu estou bem animado que vocês, leitores, se importam tanto e eu acho que será divertido.”

Então, o que podemos esperar do novo Blink-182 em agosto?

“Esperem muita diversão, muitos palavrões e ótimos momentos,” Mark riu. “Em alguns aspectos, é como se os últimos cinco anos nunca tivessem acontecido,” ele acrescentou, “Mas parece mais saudável do que antes. Sempre apreciamos o que temos, mas quando você é pego nessa vida, pode perder um pouco da perspectiva. Nos separar, fazer outras coisas e depois voltar, nos faz perceber o quão incrível o Blink-182 é para nós três. E o fato das pessoas ainda dividirem esse sentimento também, faz as coisas ficarem ainda melhores.”

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Entrevista Traduzida pelo pan182 - via http://www.action182.com